terça-feira, 1 de julho de 2008

As férias estão se aproximando, alguns irão aproveitar as férias universitárias para voltar as suas casas e tirar o merecido descanço. Outros ficarão por aqui, trabalhando e continuaram sua rotina diária.
Mas um Rotaractiano nunca tirá férias. As vezes até tenta, se esforça, mas dificilmente consegue.
O que marca num Rotaractiano é sua consciencia social, logo ele nunca conseguirá ver algo e não se sensibilizar!
Na vez que tentei me afastar deste ideial escrevi este conto:
Invisível

Descia pela Rua do Rosário apressada a chegar em casa. Mais um dia exaustivo havia se passado, com fome e cansada não queria nem olhar para os lados. Quando passei pela praça Barão do Rio Branco fui parada pelo Pastor que todos os dias esta ali e incrivelmente sempre me para, parece que me persegue. Livrei-me dele e continuei andando.
Mais a frente já avistava os catadores de papel, que ali se reúnem para voltarem as suas casas. Sempre que passo por eles diminuo o ritmo. Os conheço de longe, mas sempre observo se estão todos ali e se as crianças continuavam a acompanhar os país. Odeio a situação daquelas crianças, me doe o coração vê-las sempre de longe observando o parquinho que tem ali, mas nunca entram. Foi assim que olhei para o parquinho e enxerguei aquele homem encolhido como um animal. O vi por entre as grades que separam o lazer das crianças ricas, dos filhos dos catadores. Agachado em cima de seus cobertores me olhava através delas. Estranhou ao perceber que eu o observava, afinal todos que passavam por ali não o viam. Agachado parecia ser invisível aos olhos daquela sociedade.
Quando ameacei me aproximar ele olhou para o lado, fingiu que não me via e assim me dizia pra não chegar perto. Fiquei inquieta, mas logo vi um dos taxistas se aproximar com uma laranja na mão que entregou para ele por cima daquelas grades verdes. Ali ele ficou, comendo com gana talvez a única refeição do dia. E eu fui pra casa, com a imagem de um homem preso à miséria recebendo comida como se fosse um cão, através das grades de sua prisão.
E então pergunto a vocês, como podemos tirar férias?!
Mesmo que nós sejamos apenas atores de pequenas mudanças, eles são necessárias e gratificantes.
Rotaract e companheiro, saibam que por suas ações sou fã de vocês
Rotaract Club de Ponta Grossa Uvaranas AMO!

2 comentários:

Tauana M. Colombo disse...

É Ná... seria um lindo texto se eu não soubesse que descreveu a realidade... a realidadei no mundo la fora assusta... Se cada um de nós tivesse pelo menos a sensibilidade de olhar pra aquelas pessoas como pessoas e não animais, eles já teriam, por si só, uma força pra lutar... "Não de o peixe, ensine a pescar"? acho que cabe mais "Não ensine a pescar, faça-o acreditar que ele também pode pescar" É minha cara, nunca entramos de férias, o mundo fora de nossas janelinhas é cruel...

Moska disse...

Pastor tarado esse ein!